Quando foi
que tudo ficou tão vazio?
Não só lá
fora, mas também dentro do meu peito que retumba em um eco infinito e estremece
meu corpo o transformando em lágrimas.
Quando foi
que as relações se tornaram tão difíceis e impessoais? Onde o calor humano
morre, o outro sempre é estúpido e “eu” sempre tenho a razão dentro de uma
sociedade cheias de verdades de acordo com o algoritmo de cada qual.
Verdades
que se tornam mentiras e mentiras que se tornam realidade em uma bolha de fake
News e percepção.
Tudo o que
era simples se esvai e o difícil se torna “fácil” através de invenções, e o que
no resta?
Mais tempo,
mas para quem?
Para o
trabalho, para os estudos, o empreendimento, para compras exacerbadas.
E para mim?
Esse “mim”
que se esvai no tempo, perdendo a essência do que é ser humano, do disfrutar, a
mochila cada vez mais pesada, os anos que não deixam de passar, tudo vai
morrendo aos poucos, principalmente quem eu era, deixando buracos cada vez
maiores no lugar de onde deveria existir aquilo que chamam de alma.
Pedaços de
mim que se perderam no tempo cada vez mais distante, onde a solidão toma conta,
porque no final do dia todos estamos sozinhos por mais que tentemos esconder
com o ruído da música ou de um vídeo qualquer.
O toque
humano já não é suficiente, a casa, o carro, o emprego, a família… já nada é
suficiente.
Viver não é
o suficiente, porque o que fazemos é sobreviver