Você é o tipo de pessoa que não gosta de nenhuma capinha de celular que vendem ultimamente? Sente que todas são parecidas, sem graça ou não encontra uma que realmente demonstre a sua personalidade?

Então você está no post certo, meu bem!

Aqui na Argentina sofro com essa questão há anos, todas as capinhas são muito simples ou iguais e as que são importadas saem o olho da cara. Então um dia vi a capinha da minha amiga que era super a cara dela e quando perguntei, minha cara foi ao chão! Ela mesmo tinha feito e de uma maneira muito fácil.

Vamos lá que contarei o segredo para vocês.

Você vai precisar de:

♥ Papel couché;

♥ Impressora;

♥ Tesoura;

♥ Capinha transparente;

♥ Muita criatividade.

Como fazer:

1. Procure na internet a proporção da parte traseira do seu celular.

2. Em um editor de foto (pode ser Canva também), faça um novo documento com as medidas. Se quiser, pode deixar alguns centímetros extra em cada lado pelas dúvidas (porque você sempre pode cortar, mas não poderá acrescentar se faltar um pedaço, né?).

3. Aqui começou a minha gambiarra no photoshop, procurei uma imagem do celular e ajustei às proporções do quadro para saber onde ficaria a abertura da câmera. No Canva não dá para fazer isso, mas você já tem a proporção e poderá escolher a imagem que quiser, fazendo o recorte uma vez impressa as imagens.

Se você vai usar o photoshop, pode continuar nos próximos itens, se não, pular para o item 4.

3.1 Depois de retirar o contorno da câmera, é só acrescentar a imagem que desejar.

3.2 Volte na imagem do celular, faça uma seleção completa usando a ferramenta de seleção rápida e selecione “selecionar inverso”.

3.3 Volte na camada da imagem e delete o espaço da câmera, voilá!

4. Uma vez pronta essa parte, é só guardar a imagem e abrir o word (lembre-se sempre de checar se está no tamanho de folha A4). Uma vez aberto, você deverá ir em layout>orientação>paisagem, assim entram mais capinhas.

5. Aumente zoom da folha até corresponder com uma folha de sulfite na vida real.

6. Usando seu celular, aumente a imagem (sem quebrar a proporção, por favooor!) até corresponder com a largura real, seguindo a proporção, você não precisará ajustar a altura.

— Ayumi, como eu faço para aumentar a imagem e manter a proporção?

— É só manter apertada a tecla “alt” na hora de arrastar. 😉

7. Coloque as capinhas que entrem na folha (para entrar mais, você pode colocar na opção “Em frente ao texto”, assim a imagem pode ser movida livremente pela folha, mas lembre-se sempre de deixar um espaço nas bordas).

8. Guarde em formato PDF e veja se está tudo ok.

9. Imprima e corte (usei papel couché porque dura mais que uma sulfite e também tem um brilho).

10. Pegue a capinha transparente, coloque o seu molde cortado e depois o celular.

Voilá, você pode fazer isso com qualquer celular e aproveitar a infinidade de capinhas que poderá ter com a sua cara!

Aliás, se você quiser uma capinha de verdade da “Lorem Ipsum” com um material de qualidade (não de papel hehe), eu tenho ela lá na minha lojinha da Colab 55.

Gostaram dessa dica? Já quero ver a criatividade de vocês!

Quando foi que tudo ficou tão vazio?

Não só lá fora, mas também dentro do meu peito que retumba em um eco infinito e estremece meu corpo o transformando em lágrimas.

Quando foi que as relações se tornaram tão difíceis e impessoais? Onde o calor humano morre, o outro sempre é estúpido e “eu” sempre tenho a razão dentro de uma sociedade cheias de verdades de acordo com o algoritmo de cada qual.

Verdades que se tornam mentiras e mentiras que se tornam realidade em uma bolha de fake News e percepção.

Tudo o que era simples se esvai e o difícil se torna “fácil” através de invenções, e o que no resta?

Mais tempo, mas para quem?

Para o trabalho, para os estudos, o empreendimento, para compras exacerbadas.

E para mim?

Esse “mim” que se esvai no tempo, perdendo a essência do que é ser humano, do disfrutar, a mochila cada vez mais pesada, os anos que não deixam de passar, tudo vai morrendo aos poucos, principalmente quem eu era, deixando buracos cada vez maiores no lugar de onde deveria existir aquilo que chamam de alma.

Pedaços de mim que se perderam no tempo cada vez mais distante, onde a solidão toma conta, porque no final do dia todos estamos sozinhos por mais que tentemos esconder com o ruído da música ou de um vídeo qualquer.

O toque humano já não é suficiente, a casa, o carro, o emprego, a família… já nada é suficiente.

Viver não é o suficiente, porque o que fazemos é sobreviver

Hoje venho aqui contar para vocês sobre um dos meus restaurantes favoritos para comer massas de maneira descontraída em um ambiente super bacana e com comidas que podem ser um tanto diferentes das que você vai encontrar nas típiccas trattorias espalhadas por Buenos Aires.

Com várias filiais espalhadas pela cidade (Villa Crespo, Agronomía, Boedo e Colegiales), a proposta do restaurante é ser o McDonald’s só que de massas, com um atendimento rápido, para comer no lugar ou para levar para casa, tirando um pouco daquele ar sério e refinado que os restaurantes italianos costumam ter que os associam com encontros românticos, por exemplo. Sem falar de uma proposta gastronômica diferente como o seu famoso Volcán de ñoquis, que é o prato mais popular.

Volcán de Ñoquis

Com um ambiente jovial e a rapidez na atenção, o lugar realmente passa essa sensação de fast food de pastas, com pratos como como ravioles fritos, pastamila (milanesa de frango com macarrão, também está a opção com milanesa à napolitana), Mac Monti (mac and cheese com bacon), pasta pizza (base de pizza com espaguete e almôndegas de recheio) e também estão as versões veganas da maioria dos pratos!

Além das opções clássicas no menú, eles possuem opções para que você possa armar o seu prato ideal, escolhendo variações de massas e molhos, entre eles o molho à bolonhesa e pesto.

Ravioles fritos

Mac Monti

Você também pode escolher os combos como macarronada+bebida+sobremesa. E se você estiver perto da zona de um dos seus restaurantes, eles têm delivery com todas essas delícias e com combos! (Super aprovado viu! Porque eu peço sempre quando quero um mimo)

Mac Monti de delivery

Particularmente, os meus dois pratos favoritos são o Mac Monti e o Volcán de ñoquis. O Mac Monti é super saboroso com o cheddar cremoso de dar água na boca. Já o Volcán de ñoquis tem um gostinho mais clássico como se desse um quentinho no coração, como um prato acolhedor. E você pode escolher também o tipo do molho que quer no Volcán, geralmente vou com molho vermelho, mas provei com molho pesto e também é muito gostoso.

Em questão de preço, ultimamente subiram bastante com toda a questão da crise da Argentina, já que a ideia era manter preços parecidos com o do Mc... mas querendo ou não, os valores agora voltaram a estar bem próximos, já até os combos do Mc aumentaram nos últimos tempos. Então, por aí você encontra trattorias ou restaurantes comuns com pastas mais acessíveis, mas nenhum com um Volcán de Ñoquis ou Mac Monti. ☹ Por isso costumo ir ou pedir como um mimo, já que para uma pessoa que recebe salário em pesos, é um pouco caro, mas fazendo a conversão em reais seria um valor normal para ir a qualquer restaurante de São Paulo.

A verdade é que é um ótimo lugar para ir com amigos e comer massas de um jeito diferente ou quem sabe para um encontro mais descontraído.

Horário: 10:00 a 24:00 de segunda à sexta.
Instagram: @monti.arg
Endereços: Av. María del Carill 2900 (Agronomía), Av. Boedo 797 (Boedo), Av. Lacroze 2699 (Colegiales), Av. Corrientes 4802 (Villa Crespo).
Delivery: Disponível em Pedidos Ya e Rappi

Sobrou arroz em casa e não sabe o que fazer? Então vem comigo improvisar um risotto super fácil e aprender a nunca mais deixar sobrar arroz! (Você também pode fazer desde o 0 com arroz novinho, é claro). Vamos lá!

Ingredientes:

♥ Azeite;

♥ Tomate (pode ser comum ou cherry);

♥ Alho (na forma que você preferir, natural, em pó, triturado...);

♥ Creme de leite (se não tiver, pode ser leite);

♥ Caldo de galinha;

♥ Molho de tomate;

♥ Queijo (usei mozarela, mas você pode usar o da sua preferência);

♥ Sal, pimenta à gosto;

♥ Também usei um tempero que é como uma massa de pimentão (opcional).

1- Em uma frigideira coloque um pouco de azeite e acrescente o tomate, frite de 2-3 minutos.

2 - Acrescente o alho e deixe dourar um pouco.

3 - Acrescente o molho de tomate, o creme de leite, caldo de galinha, depois sal e pimenta à gosto, misture bem. (Aqui acrescentei a massa de pimentão).

4 - No caso de fazer com arroz pronto é só ir incorporando e misturando. Se fizer com arroz novo é só colocar o arroz cru e deixar que cozinhe no molho (se ver que o arroz está chupando todo o caldo e o arroz ainda não está no ponto certo, é só acrescentar mais um pouco de creme de leite/leite e molho de tomate, lembre-se de misturar para que o arroz não grude no fundo).

6 – Quando o arroz tiver chupado líquido suficiente é só servir.

 E pronto!

Juro para vocês que queria dar o nome dessa receita de Risotto Maroto, porque você tem certa flexibilidade com os ingredientes e é super prático para fazer. A única coisa que recomendo é que ao servir e deixar a panela vazia, é bom deixar com água para ser mais fácil de desgrudar o queijo na hora de lavar 😉.

O que acharam? Já fizeram ou vão fazer em casa?

Continuando a série “Conhecendo Buenos Aires”, hoje venho mostrar para vocês um dos meus lugares favoritos para passar o dia inteiro (principalmente no verão, já que o ar condicionado funciona que é uma maravilha).

O Centro Cultural Recoleta é um espaço participativo e colaborativo para adolescentes, jovens e adultos, visando sempre a diversidade, promovendo movimentos artísticos no país e no mundo há mais de trinta anos.

Ali você encontrará salas permanentes dedicadas ao hip-hop, desenho, estudos, espaço de lazer e recreação, cafeteria e loja de objetos de design contemporâneo argentino, além do terraço gigante onde são feitas distintas atividades, Museu Laboratório, Centro de Investigação, Residência dos Artistas, capela e salas de exposições de artes visuais. Ufa! Tudo isso? Siiim! O lugar é enorme, mas pode ser um pouco complicado conhecer todas essas áreas, já que você deve aprender qual saída leva para qual lado.

Desde 1980 o Centro Cultural abriga artistas contraculturais e visionários que até então trabalhavam à margem, tornando-se o epicentro do circuito de arte comercial graças à chegada de grandes artistas internacionais. Andando pelas diferentes exposições e até mesmo na área de estudos, você encontrará obras provindas de artistas de diferentes nacionalidades. Muitas vezes caminhando por aí, encontrei obras de brasileiros! E a arte não se resume somente à quadros na parede, muito pelo contrário! Algumas salas possuem rotações constantes entre diferentes obras sensoriais e interativas.

A sala de desenho é muito recomendada para as pessoas que gostam de desenhar, seja profissionalmente ou por hobby, já que o lugar conta com mesas iluminadas, perfeito para quem precisa fazer trabalho com sobreposição. Para as crianças, há um espaço para pendurar as obras criadas na parede.

A sala de leitura e estudos é o meu lugar favorito, equipado com mesas e cadeiras, além de tomadas por todos os lugares para você conectar os seus aparelhos eletrônicos (mesmo assim, recomendo levar adaptadores se as suas tomadas forem um pouco diferentes, só pelas dúvidas). É bom chegar cedo se quiser garantir o seu lugar! Eu costumo levar sempre uma garrafinha de água e uma almofada para ficar mais confortável caso eu vá ficar muito tempo por lá. Se for em companhia é melhor, porque assim um dos seus amigos pode cuidar das suas coisas enquanto você vai ao banheiro, por exemplo.

Há oficinas disponíveis durante todo o ano, por isso é sempre importante checar o site para ver bem a programação, algumas oficinas acontecem durante todo o ano e outras são mais pontuais com menos encontros ou até mesmo pode ser uma oficina de um encontro. E todas são bem variadas, tem de escrita, dança, fotografia...

Também existem áreas grandes e espaçosas para você fazer exercícios, praticar passos de dança, não esquecendo da área específica para quem gosta de hip-hop.

Tá bom, Ayumi... você falou que dá para ficar o dia inteiro aí. O que eu vou comer?

O Centro Cultural conta com uma cafeteria com um menu variado, você pode escolher comer dentro da cafeteria ou na área externa onde há várias mesinhas. E, se estiver procurando por outras alternativas de comida, ao redor do Centro Cultural você encontrará uma quantidade muito grande de restaurantes com diferentes ofertas gastronômicas (incluindo um lugar ali pertinho que vende açaí para aqueles que querem matar saudades do Brasil).

E não só as exposições são rotativas, a fachada do Centro Cultural costuma mudar de acordo com a temporada e é muito interessante ver essas mudanças ao longo do tempo. É realmente um lugar interessante de ser explorado, caminhar sem rumo por aí e encontrar-se com diferentes obras.

Na época de temporada alta, que seria nas férias, o lugar fica lotado de gente. Por isso, recomendo ir em épocas mais tranquilas, já a mediados/fim de janeiro as coisas se acalmam. Fevereiro e março costumam estar bem mais vazio, já que pelo calor as pessoas procuram alternativas como praia e piscina, e não há tantos estudantes usando a área de estudos, já que as aulas ainda não começaram.

Subi correndo o corredor de casa com dois cachorros ao meu encalço, tomando muito cuidado para não tropeçar ou cair, já que o chão e as paredes eram super ásperas. 

Cimento puro por debaixo dos meus chinelos havaianas cor de rosa.

O cabelo armado, sem pentear, em um rabo de cavalo balançava demostrando o esforço daquela pequena subida inclinada. Abri o portão que separava a casa de cima da casa de baixo. Passei pelo quintal da frente já escutando as vozes da velharada.

A última semana do ano era sempre assim, minha vó, mais as cunhadas, minha tia, primas da minha mãe e minhas primas nos juntávamos para cozinhar e deixar tudo preparado para o ano novo. Era um barulho gostoso entre palavras ditas em português no meio do uchinaguchi ao qual eu não entendia.

E ali, todas juntas, fazíamos massas e recheios, nada de comprar já pronto ou à metade do caminho. Lembro das tardes que moía os feijões vermelhos azuki ou o arroz para fazer moti; e como trocava de uma mão à outra quando me cansava de girar a manivela do moedor.

Adorava fazer manju e yakimanju com o selinho em formato de folha. Lembro de como dizia que gostava muito mais de manju branco ao manju que ia ao forno, e sentia que o yakimanju era perfeito para ser comido enquanto jogava the sims no computador com um chá mate leão do lado.

Yakimanju

Anos depois, a família nova da argentina ficou impressionada com a minha capacidade de moldar facilmente os manjus em seu formato, além da rapidez. A experiência é de anos... só não sei quando exatamente comecei a ajudar todo ano novo, é uma daquelas memórias tão antigas que você só sente que sempre fez isso, ou que já nasceu fazendo isso desde que se lembra da sua própria existência.

Não lembro de ajudar a fazer oniguiris, mas sei que todas as outras “tias” faziam, assim como os inarizushis que sempre estavam presentes na nossa mesa. Como eu amava e ainda amo inarizushi!

E não era só comida japonesa que fazíamos para passar o ano novo, minha vó sempre foi responsável por fazer as coxinhas e as bolinhas de queijo, ainda hoje sinto que nenhuma bolinha de queijo se compara com a dela. Eu sempre ajudava a rechear, além de comer os queijos que sobravam. Também fazíamos bolinho de coco, delícia de abacaxi, gelatina colorida...

Com minha tia criamos a tradição de fazer pavê de maracujá, uma receita que, se não me engano, ela tirou de uma revista (quando ainda guardávamos recortes de revistas com receitas interessantes). Sempre quando posso quero levar essa tradição, já fiz pavê de maracujá no Brasil, no Japão e na Argentina.

Às vezes tínhamos carne ou frango na mesa, mas eu lembro mais de toda essa mistura de coxinha com inarizushi, bolinha de queijo e sushi, mas não esses suhis elaborados com mil coisas dentro, era algo super simples, cenoura, pepino e ovo, não era necessário mais que isso. E salada... não lembro de ter comido muita salada, mas sim tínhamos salada russa todos os anos, ou quase todos...

Na noite de ano novo, nós nos reuníamos vestidos de branco e comíamos. Só que, antes de comer, tínhamos um pratinho pequeno com umas tiras de bacon colocadas como raios de sol (que só depois eu fui descobrir que era bacon, porque em casa não comíamos) e no meio um punhadinho de sal, nós pegávamos uma tira de bacon fininha e pequena, colocávamos a pontinha no sal e comíamos, só aí podíamos tocar no restante da comida. Não lembro de brindar ou de bebidas alcóolicas sobre à mesa, mas lembro de ter muita Fanta Laranja e Coca-Cola. Também tínhamos algumas outras tradições de ano novo, como comer romã e guardar algumas sementes na carteira, minha tia com minha prima comiam uvas enquanto pulavam de um pé só...

Ficávamos acordados até depois da meia-noite e íamos dormir, já que no dia seguinte receberíamos os parentes.

Só depois de muito tempo fui entender que era uma tradição japonesa visitar os parentes no dia primeiro, pensava que todas as famílias faziam isso. Nessa mesma última semana do ano, fazíamos vários pacotes de “presente” para entregar aos parentes, era sempre algo mais relacionado à comida não perecível: café, arroz, feijão... às vezes havia coisas como alga nori, caixa de chocolate garoto ou lacta para as famílias que tinham crianças. Eu e minha prima éramos as responsáveis por entregar esse pacote.

Os parentes vinham, alguns ficavam por horas e horas, e outros faziam igual visita de médico, mas sempre deixavam um pacote como o nosso no butsudan de casa, colocavam o incenso e logo se sentavam ao redor da mesa para compartilhar um tempinho de conversa e comida, minhas primas e eu servíamos os convidados e aproveitávamos para comer junto.

Como minha família não tinha carro, não costumávamos visitar os parentes, o que significava que as minhas chances de receber otoshidama eram muito pequenas, mesmo assim, aqueles primos que sabiam que nós não íamos a nenhum lugar, me davam o envelope branco com detalhes coloridos, ali dentro estava o otoshidama, o dinheirinho de ano novo para as crianças, que no caso era eu!

Hoje em dia já não estou mais no Brasil, já não ajudo a fazer mil e uma comidas japonesas entre coxinhas e bolinhas de queijo, mas sinto falta das risadas da minha avó entre as das velharadas e as palavras em uchinaguchi. Poucos parentes continuam visitando a nossa casa, cada vez menos, uma tradição que fomos perdendo com o tempo, muitas das “tias” já não estão com a gente e algumas receitas foram perdidas. Nunca comi um manju ou yakimanju como os que fazíamos em casa.

Agora, em outro país, sinto as festividades um pouco tristes em comparação à toda minha infância e adolescência. Hoje estamos todos na mesma cozinha, porém cada um cozinhando uma coisa diferente quase sem trocar uma palavra, não escuto nenhuma risada, roubar um pouco do recheio de algo é um ultraje, quase um crime. Uma salada, um churrasco, algo fácil para fazer o mais rápido possível para “sacarlo de encima”, uma salada de frutas... Muitas vezes, eu sozinha preparando algo.

E o mais louco de tudo é que sinto essa mesma sensação de quando era criança quando nos juntamos com meus amigos à preparar algo juntos, as risadas, as fofocas, uma mistura de palavras em espanhol, português e nos arriscamos até algumas em japonês. Fazendo comidas brasileiras, argentinas, peruanas, japonesas... Talvez seja a hora de fazer minhas próprias tradições com a família que escolhi.

P.S.: vocês viram que na foto do post tem franguinho, inarizushi, coxinha, delícia de abacaxi, bolinho de coco e fanta laranja? XD