Imagem sob licença Creative Commons por distelAPPArath |
Pão na chapa e café com leite.
Um forno com aquele famoso bolo de cenoura e chocolate
quente.
Aquele abraço no fim da tarde para espantar o cansaço.
O levantar cedinho de manhã para ver o velho desenho quase
deitada em um divã.
O sertanejo tocando enquanto a frigideira com óleo fazia o
seu burburinho,
Ao entrar em contato com a coxinha em um domingo.
E dormindo... serena ao som da canção de ninar.
Pisar nas linhas brancas da calçada de pedestres,
Pulando e imaginando animais silvestres.
O segurar de sua mão na minha ao andar pela rua.
Sem nem ter ideia da vida nua e crua.
O amigo imaginário que ficou para trás,
Um brinquedo, um lápis, um dente...
Tudo aquilo que já não volta mais.
O cheirinho gostoso de um bom arroz com feijão,
Abraço de vó, carinho de avô.
E toda aquela comoção,
Ao ver a família toda reunida, unida.
Quando os problemas não existiam,
Quando a vida era mais fácil,
Quando com pequenos gestos bastavam,
E um beijo tudo curava.
Mas nunca vou esquecer,
Daquele cheiro tão recorrente,
De um pão na chapa e café com leite.