Estava
tudo muito escuro, não fora, mas dentro de mim.
Como
se uma grande árvore velha rasgasse o meu peito, perfurando meus pulmões e principalmente
o coração, que jorrava alegria e respingava amor. O corpo tomado por galhos e
troncos, enraizado, preso.
Braços
e pernas tentavam fugir dos galhos reforçados, mas os frutos pesados não
permitiam. Eu ficaria ali, cultivando aquelas sementes que foram plantadas em
mim.
A
chuva salgada me lavava por completo, refrescado cada parte do meu ser. E a
grande árvore rangia, fazendo com que o coração sangrasse um pouco mais, lavando
tudo com a enxurrada de emoções.
Quem
era eu? Ou quem fui?
O
corpo já frio e cansado não tinha medo, nada importava.
Era
isso e pronto.
Enraizada,
presa em uma árvore que eu mesma plantei.
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